20 de mar. de 2010

Naw–Rúz, Ano Novo Bahá’í

Em toda parte da Terra, as diferentes nações de diferentes culturas e religiões comemoram, em diferentes datas, baseada em diferentes calendários, com diferentes costumes, a entrada do ano novo.

Em grande parte do ocidente este evento é relacionado com o advento de nascimento de Cristo e o inicio da era cristã, do qual se passaram 2007 anos. Os judeus festejam o seu ano novo no dia 29 de setembro. O calendário judaico com 5767 anos de vida tem como inicio a criação do mundo , e o ano novo celebra este evento. A grande parte do povo de Oriente Médio usa o calendário Islâmico que marca 1427 anos decorridos da viagem de Mohammad de Meca para Medina – Hégira, ocorrido em 638 d.C. Este calendário têm características completamente diferentes – é formado por doze ciclos lunares e, por isso, o primeiro dia do ano novo não é fixo em relação a outros calendários e seus 12 meses formam apenas 354 dias.

Na Ásia os chineses também usam um calendário lunar que data 4104 anos. De acordo com este, o início do Ano Novo, que é uma data móvel, ocorre na primeira lua nova que se segue ao último signo zodiacal do inverno (Capricórnio), caindo, portanto, entre os dias 20 de janeiro e 18 de fevereiro, durante o signo do Aquário. No calendário chinês, cada ano é dedicado a um dos 12 animais que responderam ao apelo de Buda. Na índia, o calendário hindu que tem 5108 anos de tradição é respeitado e tem ligação com o surgimento de conhecimento das Vedas. Mesmo assim, n a Índia, quase todo mês tem festa de ano novo, devido a seu vasto panteão de denominações com seus 30 calendários diferentes. Ainda há muitos outros sistemas de calendário usados em outros países.

O calendário solar, atualmente o mais usado, antes de ser vinculado aos eventos religiosos, se relaciona com a posição do planeta Terra no sistema solar. Desde as épocas antigas, o dia 21 de março era identificado como um dia muito especial do ponto de vista astronômico. Neste dia, num instante exato, a Terra na sua órbita passa pelo ponto do equinócio e, a partir daí começa a primavera no hemisfério norte e outono no hemisfério sul. Nesta data, o sol ilumina os dois hemisférios de forma igual e pelo mesmo ângulo. Os astrólogos definem este dia como início do horóscopo. O primeiro signo, Áries, começa em 21 de março.

Na Pérsia antiga, o dia 21 de março era conhecido como Naw-Rúz que significa Novo Dia . Durante milhares de anos era comemorado como o dia de fraternidade, júbilo e alegria, dia de grande festa. Os reis da antiga civilização persa destinavam este dia à audiência pública e recebiam o povo na sua corte, com maior consideração.

O início do ano, na verdade, é um marco referencial que pode ser qualquer um dos 365 dias do ano. Com a aproximação das nações por meios de comunicação e crescentes intercâmbios culturais e econômicos entre todos os países e territórios, está se aproximando o tempo em que todos sentirão a necessidade de definição de uma data especial para comemoração da entrada do ano novo, de comum acordo com todos os povos. A escolha não poderá ser uma data religiosa devido às diversas crenças; deve ser, certamente, uma data com características especiais e aceita universalmente. Daí se destaca o dia 21 de março, o Naw-Rúz.

A comunidade Bahá'í desde já reconhece o valor e a grandeza desta data, e considera o dia 21 de março como a data oficial da entrada de ano novo. Bahá'u'lláh – a Gloria de Deus, afirmou que este dia pertence a Deus, é o dia em que as bênçãos de Deus se abrangem a todos. Neste dia, da mesma forma que a Terra passa pelo equinócio e o equilíbrio de luz e calor faz com que a natureza física se renove, igualmente, uma vida nova, oriunda do horizonte da Mercê Divina se insufla em cada ser humano.

Por; Felora Daliri Sherafat.


Simone Sá

Conhecenco a Fé Bahá'í

A Fé Bahá'í

Os Baha'is acreditam que ao longo da história da humanidade têm surgido diversas revelações divinas protagonizadas por Mensageiros como Krishna, Zoroastro, Moisés, Buda, Jesus Cristo, Maomé, e mais recentemente o Báb e por Bahá'u'lláh. Os Bahá'ís também acreditam que com os ensinamentos revelados pelo Báb e Bahá'u'lláh, a Humanidade entrou numa nova etapa da sua maturidade colectiva. Isso reflectir-se-á na construção de uma sociedade global, pacífica e unida como uma grande família humana.

Nesse sentido, os bahá’ís aceitam Bahá’u’lláh como o novo Enviado de Deus e regem as suas vidas segundo os princípios e ideais por Ele enunciados.

A nível de origem, e apesar da Fé Bahá’í ter nascido e se desenvolvido primeiramente no espaço persa e otomano islâmicos, os bahá’ís constituem um dos grupos religiosos mais diversos do mundo, e reconhecem que esta diversidade é o seu mais importante património, imagem da sua vocação unificadora de tradições e de superação de diferendos e distâncias culturais.

Superando as diferenças lógicas de uma História diferente para cada tradição, região e religião, o objectivo fundamental da Fé Bahá’í é o seu crescimento espiritual através da transformação pessoal e social. Para o bahá’í, esta transformação consiste no desenvolvimento das capacidades latentes no indivíduo e no seu contexto social, qualquer que seja o enraizamento social, cultural ou mesmo nacional.

Nesta ideia de uma fraternidade social e individual, o indivíduo bahá’í procura ser fonte e motor do bem social, reconhecendo no seu próximo a pessoa cujas necessidades deve colocar antes das suas próprias. Nesta visão construtiva da integração social, sempre vocacionada para uma dimensão de unidade mundial, o bahá’í entende que o amor ao próximo se concretiza no serviço incondicional à causa da humanidade.

Nesta visão de unidade global, os bahá’ís dão um lugar de destaque à diversidade de cada indivíduo, afirmando ser essa a base fundamental do fenómeno da consulta, fonte primeira de todo o processo decisório nas várias estruturas que regem as comunidades. Defendendo esta unidade na diversidade, afirmam que a expressão formal desta unidade é o princípio de “cidadania mundial”, rejeitando, assim, qualquer ideia de uniformidade.

Assim e resumindo, a Fé Bahá'í é uma religião mundial, independente, divina na sua origem, universal no seu âmbito, dotada de visão alargada, científica nos seus métodos, humanitária nos seus princípios e dinâmica pela influência que exerce sobre o espírito e coração dos homens.

Acredita na unicidade de Deus, reconhece a unidade dos Seus Profetas e ensina o princípio da unidade e integridade da raça humana.

Simone Sá