5 de mar. de 2011

Jejum

O mês de março é marcado por um momento muito especial para os 7 milhões de bahá'ís de todo o mundo: o jejum, que acontece entre 02 e 20 de março. Neste período, os bahá'ís se abstêm de alimentos e bebidas no período entre o nascer e o pôr do sol.

Para os seguidores de Bahá'u'lláh, jejuar é uma forma simbólica de se abster das coisas materiais com vistas a adquirir qualidades espirituais. O indivíduo em jejum deve se esforçar para fazer os ajustes necessários em sua vida, atualizando e reforçando as forças espirituais latentes em sua alma por meio da oração e da meditação.

“Este ano completo três anos desde que comecei a observar o jejum”, conta Silvanice Avelar, que conheceu a Fé Bahá'í na cidade de São Sebastião (DF), onde mora com a família. “Agora vejo que o propósito do jejum não é somente abster-se de alimentos e líquidos. Particularmente, durante o jejum, fico mais seletiva no que vou fazer, sempre procurando me engajar em momentos mais espirituais. No final deste período vejo que o que deixei de fazer são coisas que eu realmente não preciso, e assim consigo me organizar tanto na minha vida material como espiritual,” conta a jovem de 21 anos. Silvanice decidiu fazer parte da comunidade bahá'í há cinco anos após participar de várias atividades, como a Oficina Bahá'í de Artes e os círculos de estudo do Instituto Ruhi de Capacitação.

Como todas as leis existentes na Fé Bahá'í, a prática do jejum é algo que deve ser realizado por amor à Bahá'u'lláh. Nabil Sami Silva, de 20 anos – que vem de família bahá'í e vivenciou o jejum dos pais desde que nasceu – explica que nenhum indivíduo ou instituição fiscaliza se alguém está ou não em jejum. “O respeito à lei do jejum é algo entre o indivíduo e Deus; cada pessoa é responsável por sua prática individual. Esta é a beleza da Revelação Bahá'í: as pessoas seguem os mandamentos não por medo de serem reprimidas ou vistas com maus olhos, mas sim porque acreditam que essas leis espirituais trazem benefícios tanto individuais quanto coletivos”, afirma o morador de Brasília (DF).

Nabil explica ainda que nem todos os bahá'ís devem jejuar. “De acordo com as leis bahá'ís, ficam isentos de fazer jejum os menores de 15 anos (idade em que o individuo atinge a maturidade espiritual), as mulheres grávidas ou que estão amamentando e as pessoas com a saúde debilitada. Indivíduos com idade avançada podem decidir se desejam ou não jejuar, de acordo com o seu caso individual. Existem também regras específicas para quem esteja em viagem, especialmente as de longa duração”, informa ele.

Silvanice e Nabil concordam que não é fácil jejuar por 19 dias consecutivos. “A rotina tem que continuar, e quando a fome e a sede apertam é preciso ter muita força de vontade”, confessa Silvanice. “Mas se uma pessoa é capaz de parar de comer e de beber até água durante um período tão longo, imagine a sua capacidade de superar outros desafios da vida!”, completa Nabil.

O calendário Bahá'í

Baseado no ano solar, o calendário bahá'í é dividido em 19 meses de 19 dias1, sendo cada nome de cada mês um dos atributos de Deus. O jejum acontece no último mês do calendário bahá'í, que leva o nome de Sublimidade (ou 'Aláh', no original em árabe). Trata-se de uma preparação para o Náw-Ruz, o Ano Novo bahá'í, celebrado em 21 de março.

Para saber mais sobre o calendário bahá'í, acesse http://bahai.us2.list-manage1.com/track/click?u=e4631d4ec1c9c04543289e3c8&id=a72674d06d&e=4788f3a4f4.

Mais informações sobre o jejum, incluindo links para páginas que apresentam os horários do nascer e por do sol, estão disponíveis em http://bahai.us2.list-manage.com/track/click?u=e4631d4ec1c9c04543289e3c8&id=2ca688fa4b&e=4788f3a4f4.

1Para se completar os 365 dias do ano (366 em anos bissextos), o calendário bahá'í contempla ainda um período de 4 ou 5 dias chamados de “Dias Intercalares” (ou “Dias de Deus”), nos quais os bahá'ís realizam encontros de amigos e atos de caridade, segundo orientação de Bahá'u'lláh.
Os Dias Intercalares são comemorados antes do mês do jejum.

ABEN Nº 855 - Jejum – purificação para o corpo e a alma